apresentação

... a história, a evolução, os obstáculos e as vitórias por de trás de cada pedra ... o ontem e o hoje do património algarvio.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Arco da Vila - O ex-libris da cidade de Faro

Muitos de nós visitamos constantemente a baixa de Faro, sem sequer olharmos para o que nos rodeia. Uma cidade cheia de vestígios do tempo passado, cheia de Estórias e recordações.

Hoje levantei a pedra da entrada para a nossa 'Vila-a-dentro' - O Arco da Vila.


Considerado um dos ex-libris da cidade, o Arco da Vila foi construído no início do século XIX, a mando do Bispo D. Francisco Gomes de Avelar e sob o risco do arquitecto genovês Francisco Xavier Fabri.
O arco está integrado numa bela fachada de estilo neoclássico. 

Ladeado por duas colunas jónicas, o arco é encimado por um friso que suporta um nicho onde se encontra a estátua marmoreada de São Tomás de Aquino.

Ao entrar no interior do arco pode-se contemplar uma tradicional abóbada de tijolo e a antiga porta árabe, a “Porta do Mar”, com entrada em cotovelo e arco de ferradura, desentaipada nas campanhas de restauro de 1992. De referir está o facto de esta ser a única porta in situ observável na região. 

O Arco da Vila está classificado como Monumento Nacional desde 1910.

Agora, experimentem a passar a frente deste marco da cidade e olhem-no com olhos de ver, vejam os detalhes, a beleza do que  foi e que continua imponente.
Não temos monumentos grandes, mas temos grandes monumentos!!!! 

Fiquem bem... ;)


terça-feira, 19 de julho de 2011

Sé de Faro

Não sabia muito bem por onde começar, depois de alguma reflexão, achei que seria interessante começar a minha viagem por Faro, pela sua catedral.

Algumas das fotos que aqui coloco, foram gentilmente cedidas pelo Museu Municipal de Faro, aquando do desenvolvimento do meu primeiro projecto - Visitas audio-guiadas ao Centro Histórico de Faro (que falarei num tempo oportuno).

Agora a Sé... :)

A Sé de Faro, ou Igreja de Santa Maria, foi mandada construir, em 1251, pelo Arcebispo de Braga D. João Viegas, sobre as ruínas de antigos templos, romano, visigótico e árabe (descobertas feitas após as campanhas arqueológicas levadas a cabo pelo Câmara Municipal / Universidade do Algarve).

Em 1539, a pedido do bispo D. Manuel de Sousa, é decretada uma bula papal que transfere a Sé, de Silves para Faro. Esta bula é cumprida apenas em 1577, data em que o bispo D. Jerónimo Osório se muda para esta cidade. 

Em 1596, com as invasões das tropas do Conde de Essex, a Sé é incendiada e pilhada, sendo reconstruída ao longo dos dois séculos seguintes.

Os terramotos de 1722 e 1755 causaram vários danos, voltando-se a efectuar várias campanhas de obras, resultando destas uma alteração significativa do que seria a sua traça original. Actualmente a Sé de Faro apresenta uma mistura de estilos gótico, renascentista e barroco.

A sua cobertura é diferenciada em telhados de duas águas na nave central, capelas laterais e cabeceira e de uma água nas naves laterais. O seu volume exterior é irregular, marcado pelas capelas laterais, e pela possante torre gótica. Esta possui dois registos e encontra-se adossada à fachada principal da igreja, formando uma galilé quadrangular junto do portal principal.

Interiormente a Igreja apresenta características renascentistas, com decoração em estilo barroco. Apresenta uma planta longitudinal com três naves, separadas por colunas dóricas e arcos de volta perfeita. Tanto a capela-mor como as sete capelas laterais são revestidas a azulejo dos séculos XVII e XVIII e cobertas com retábulos em talha dourada.
De realçar a importância do majestoso órgão, de estilo orientalizante, decorado com motivos vegetalistas, de autoria do pintor Francisco Correia da Silva e datado de 1751/3.

No quintal adjacente existe um claustro inacabado, construído nos finais do século XVII.

A Sé de Faro está classificada como Imóvel de Interesse Público desde 20 de Outubro de 1955. 

Alguma dúvida ou sugestão... já sabem... :)

Fiquem bem

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Faro - um pouco de História...

Hoje deixo um pouco de História... porque o que somos Hoje é o reflexo do passar do tempo!!!

Faro

Com indícios de presença humana deste os tempos pré-históricos, a actual cidade de Faro foi ocupada, no século VIII a.C., pelos Fenícios. Estes fixaram, no morro da Sé, um entreposto comercial, ao qual denominaram de Ossónoba – uma designação proveniente da expressão fenícia Osson Êbá, ou “armazém no sapal”.

É necessário pensar na antiga Ossónoba como um pequeno núcleo situado numa ilha, onde actualmente se encontra a Vila-Adentro. Com o nível do mar três metros acima do actual, a área onde se implanta hoje a cidade de Faro era constituída por vários morros divididos por ribeiras e canais.
Os Romanos chegaram a Ossónoba no século III a.C. , governando-a ao longo de sete séculos. Cria-se, então, um núcleo amuralhado, com dois eixos principais, o cardus, nas actuais Ruas do Município e do Castelo, e o decumanus, na Rua do Repouso.

Com a conquista visigoda, em 414, a urbe passa a ser designada de Santa Maria de Ossónoba.

Em 712, os árabes conquistam Santa Maria de Ossónoba, instalando-se na Vila-Adentro. Após as revoltas moçarabes de 870, Ben Backr manda construir as muralhas que podemos contemplar actualmente.

O termo Ossónoba desaparece, sendo substituído por Santa Maria ou Santa Maria do Ocidente. Em 1016, com o governo de Said Ibn Harun, a cidade passa a designar-se por Santa Maria Ibn Harun.

No ano de 1249, D. Afonso III conquista a cidade aos mouros. Os portugueses fixaram-se na Vila-Adentro, sendo construídos extramuros os bairros da Mouraria e da Judiaria, respectivamente a Norte e a Sul da actual Rua de Santo António.

Dos séculos XV a XVII, a designação da cidade alterou-se bastante, sendo conhecida por Santa Maria de Faaron, Faron, Faroo e Farão.
Avenida 5 de Outubro
Foi grande o desenvolvimento urbano da época e, em 1540, D. João III eleva Farão à categoria de cidade.
O século XVIII trouxe consigo diversas catástrofes naturais, sendo a cidade de Faro arrasada pelos terramotos de 1722 e 1755, e ainda pelo furacão de 1758. A reconstrução da cidade não tardou, crescendo, de forma racional, até aos nossos dias.

A designação de Faro surge no século XVIII.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

História, cultura e património

Num país onde reina a insegurança, mergulhados numa das maiores crises já vividas, esqueceram-se de todos os feitos portugueses, todas as lutas travadas, batalhas vencidas, lágrimas derramadas.

Penso que não poderei dizer que "ainda sou do tempo" em que os portugueses acreditavam em si, pois assiste-se , cada vez mais, a uma teoria de que não prestamos, que não vale a pena tentar e que tudo será em vão.

Mas a nossa História mostra um povo com garra, um povo crente que tudo era possível, que sempre conquistou o que desejava, lutando sempre para atingir os seus objectivos, que nunca desistiu.

Essa História está marcada nas 'pedras'... na arquitectura, na cultura, na tradição oral. O povo português deixou e irá continuar a deixar a sua marca!!!

E assim começa mais um projecto...